sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Natal, feliz?

me perguntam o que quero ganhar
resposta eu sei
mas o que quero
não é de comprar

espera

eu nem sei bem o que quero

quando eu me sentia completa,
pra mim bastava o nada
agora me encontro em bocados no vazio
e é confuso escolher
pensar

em bocados

feliz natal pra você que soube escolher teu presente que é de comprar

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"a vida é simples na luz da Lua"

"Oh Lua pequenina,
fica no céu tão sozinha!
Sem amigos, sem família
só você e as estrelinhas.

Fico eu aqui na Terra,
tua beleza, admirar.
Quisera eu, Lua tão bela,
poder contigo ficar."

meu primeiro, e talvez único, poema.
fiz aos 10 anos.
Até hoje me identifico.

Até hoje desejo poder admirar a paz da Lua sentada nela própria.
Desejos.
O que é ter uma vida de "eu desejo, eu queria"? É uma vida? É viver?
"Faça o que você quer" digo sempre, pouco pratico.

primeira pessoa, quem diria - talvez algumas mudanças.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

um momento regido por sei lá

"Rio de Janeiro, 2 de maio de 2012.

Sei lá se gosto. Sei lá se quero
Sei lá o que quero.
Sei lá o que penso. Sei lá o que achar.
Tanto faz.
Nada faz.
Por que ligam tanto para coisas tão banais?
Sei lá se te quero.
Sei lá se choro.
Sei lá se sei que algum dia as coisas melhorarão por aqui.
Sei lá se esse é o sentimento cravado que às vezes é substituído por certas alegrias ou sei lá se certas alegrias que são cravadas e isso - a tristeza - que é momentâneo.
Sei lá se quero saber.
Não queria sumir. Só queria viajar. Nem precisa ser para tão longe.
Só quero.
Sei lá se é coisa de gente da minha idade.
Sei lá o que não sinto.
Sei lá se quero futuro.
Sei lá se consigo ser padronizada.
Sei lá sobre amigos ou família.
Sei lá se vale a pena.
Sei lá se isso aqui é um refúgio.
Sei lá se me incomodo.

Sei lá se o que era pra ser um alívio, tornou-se um conjunto de clichês.

foda-se
 é bom não se preocupar tanto"

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

as irritações florescem_às vezes

Arrumo o quarto com a esperança de que eu também consiga me arrumar
por dentro
por fora - um sorriso
esses clichês_que se tornam ainda mais clichês quando os classifico como clichês
Essa arrumação não é por decepções
não dessa vez
É pra ver se
se
se as coisas, se os momentos, se alguma coisa acontece comigo
na minha vida
ou volta a acontecer
não se preocupe em dar certo, destino
aconteça, pelo menos
É verdade que não gosto de_comparações
mas ao meio de tantas vidas com rumo
é quase
quase desesperador - não sei o adjetivo adequado -
ver a minha assim
Muito drama - é verdade também
irritante_acho que é esse o adjetivo

Escrevi todo em primeira pessoa, uma surpresa
logo eu que tento ser impessoal para fingir que não é comigo que acontece_essas irritações
às vezes, elas florescem - devem estar combinadas com o início da primavera

domingo, 26 de agosto de 2012

bússola apontando para um lugar _qualquer

meu coração partiu
não ao meio - diz ele que está cansado disso
partiu para longe
para vários cantos do país
do planeta
vagando por aí e experimentando outros momentos
vivendo
porém, vivendo em sonhos
em uma profunda vontade de explorar toda essa imensidão de cultura, desafios, surpresas
é uma pena ele não acreditar tanto nas pessoas
mas eu sei que,
_mesmo ele não me contando esse segredo
lá no interior, ele acredita em uma bondade
uma boa humanidade
até mesmo em uma transformação
digo,
melhorias.
Começando por mim - quem sabe

vai saber se acreditar nisso aí é inocência
mas é preciso ir além,
é preciso praticar verbos de ação para ver as "melhorias"
ao redor de mim
ao redor do mundo

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dispersão (adaptado)

pessoas ligam
dizem que estão com saudades de mim
eu também tenho saudades de mim
do que já fui
já fiz

mas ao mesmo tempo gosto de como estou
é uma confusão tamanha
Mário de Sá-Carneiro me entenderia

talvez,
serei uma eterna jovem de uma era sem escola literária nomeada - pós contemporâneo, uns dizem - com um espírito de modernista portuguesa
    sentindo saudades do passado, mas almejando por mudanças
    e também cheia de enigmas como os ditos poemas parnasianos

ah!

sábado, 7 de julho de 2012

de onde veio o vazio

Busca-se quase que sempre um motivo
um porquê, uma resposta para "o que é" "de onde veio"
dificilmente acham
ficam frustrados
encontram nas palavras
o alívio para se expressarem;
mal percebem que as próprias palavras
- a linguagem -
possuem origens vazias
mas afinal,
qual origem realmente importante não é vazia?

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mais um palhaço no seu Carnaval.

Não é só liberdade física ou de poder ir pra qualquer lugar e fazer qualquer coisa.
Queria mesmo é liberdade de sentir o que eu quero na hora em que quero.

Mas não consigo, nem sempre tenho o devido controle.

"Tem vezes que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar."

sábado, 19 de maio de 2012

Procura-se pela facilidade.

Dar-te-ei carinho;
Dar-te-ei atenção;
Dar-te-ei alegria; e
se quiser
Dar-te-ei sorrisos.

Só não me peça amor.

Amor é difícil - dói.
Machuca e demora a curar.
Amor tem vida própria
invade sem pedir licença; e
imagina coisas, imagina demais.

Mentalmente, tento me convencer a não pensar tanto no futuro
... "Se o amor doer ou não posteriormente, deixa para o futuro decidir"
No entanto,
também penso
... "Ah, dê-me tal facilidade de pensar assim."

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Memória.

As palavras se perderam dentro de mim - pra variar. Eis que surge Drummond.


"Amar o perdido, 
deixa confundido 
este coração.


Nada pode o olvido 
contra o sem sentido
apelo do Não.


As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.


Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."


Tão comum pra uns, mas tão incrível para mim a facilidade de me sentir "próxima" de certos poetas. Vai saber.

domingo, 29 de abril de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

But pieces of what? It doesn't matter anymore.

"Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2011.

(...)

 Sabe, eu andei pensando e cheguei a mais uma dessas conclusões aleatórias.
 Eu sou triste; confesso que não foi tão bom quando eu descobri isso, mas já me acostumei com esse fato. O problema não é ser triste - o caso fica ruim quando percebo que estou triste.
 Ser é algo mais fácil.. de se levar. Acostuma-se.
 Estar é complicado. Você fica desesperado pela ansiedade que te bate por querer saber quando aquele estado vai acabar. Seja ele ruim ou bom. Seja você querendo que acabe logo ou nunca acabe.
 Estar triste é realmente ruim, cansativo e doloroso. A parte chata também é poder admitir pra si mesmo que está triste - só consigo só(zinha). Ao redor das pessoas, tento (ou consigo) fingir que meu estado está neutro.
 É até cômico. Este combo de estado triste vem com uma leve, porém forte, pitada de solidão. Nesses momentos, é como se a música me fizesse companhia, como se os integrantes estivessem se comunicando comigo. Às vezes, até acho que melhoro. (...) Seria isso coisa de maluco? Quem liga, não é mesmo?
 (...)
 Só 16 anos e cheia de drama. Deve ser "coisa da idade" como dizem. Eu realmente espero que seja.

Boa madrugada, caderno.

A poetisa aprendiz."

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dormindo com a lua.

São tantas perguntas.

Na fase que me encontro é comum, é normal.
Não, não é normal pra mim. Sou eu quem estou passando por todos esses questionários estúpidos e "naturais da vida".
Deve até ser cansativo ler esses tipos de perguntas em todo lugar, toda hora. Mas não me importo de repeti-las porque, por mais natural e clichê que elas sejam, sou eu quem passo por isso e para entendê-las, preciso senti-las.

O que ser? O que sentir? Como se comportar? O que dizer? O que pensar? Em quem acreditar?
Existe amor?
O mundo realmente só tem maldade e injustiça? E se eu não conseguir? E se eu não agradar?
Primeiro eu ou primeiro os outros? O que cursar? Dinheiro ou alegria? Seria melhor não ligar pra nada e tentar ir por aí desse jeito? Fugir de casa e de si melhora?
Cadê meus amigos? Isso é normal? Por que as pessoas são assim?

Será que existe resposta pra todas essas perguntas?
Será que eu quero saber de todas as respostas?

Mas no meio de toda esta confusão, fechei os olhos e quando abri, me deparei com a lua. Grande, cheia, bonita e calma.
Bem calma.
Desejei dormir com a lua por um instante e captar um pouco da calmaria para o meu cérebro - para o meu eu.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Viagem para o interior.

Nada de roças ou cavalos, gado ou pasto, casebres ou pracinhas, bicicletas ou sotaques.

Muito frio e fogo, certezas confusas e confusões certas. Muito espírito de adolescente sabe-tudo e muito espírito de iniciante apavorado. Perdi as contas dos "sonhos realistas" e dos pontos de vistas "totalmente diferentes". Muita certeza de que não era influenciada por nada e só o seu eu regia o seu eu. Nada mais.

Foi isso que encontrei nessa curta e bizarra viagem ao interior. Dela.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Seu abraço é meu casaco favorito.

Quando sinto frio,
Lembro dos nossos beijos.
Meu corpo corresponde como se estivesse novamente naquele dia.
Talvez, são efeitos dos hormônios da juventude.
Ou, talvez, é amor.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desejos.


Tudo está tão bem. Não. Tudo aparenta estar tão bem. Eu vivo por não ter outra opção.

Não sei bem se realmente vivo.

Viver é tanta coisa. Eu sou tão pouco.

Fortes aqueles que conseguem viver sem se intrigar com este mundo que temos. Mas para que tantas lamentações, afinal, se sou tão jovem?

Temos um planeta evoluído, com uma variedade incrível; um mundo bom. Porém, há também um mundo que eu ainda não decifrei. Eu sou tão pouco. Repito.

Não posso salvar vidas, pessoas ou animais. Não existe mundo perfeito. Eu sei. Mas parece que vim com a mesma inutilidade de todos. Nascer, estudar, trabalhar, morrer. 
Quero mais. Quero ajudar, mudar, fortalecer. 
Sonhos clichês de adolescentes “frustrados”. Uma hora passa. Eu sei. 
Mas e se ao menos eu pudesse ajudar por meio das minhas palavras, como um belo escritor? Nem isso eu sei.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Essência particular.


“... coisas pouco explícitas de que somos feito.”
 Ah, o interior de cada um.. sinônimo de desafio, coragem, enigma.. mistério.
 Concordo com a Inês Pedrosa quanto à isso, somos feito de poucas coisas explícitas. A nossa essência nos guarda o mais poderoso dom do pensamento; cada um tem o seu e muitos dariam a alma para descobrir tais pensamentos de tais pessoas.
 Mas para que tudo isso? Para que essa curiosidade, uma vez que o que somos está guardado em outro lugar? Lugar esse que certamente não é o pensamento.. que é uma ação instinta, um reflexo. O que somos está guardado mais além, no “além do interior” de cada um; nas nossas memórias, talvez. Nos nossos corações, quem sabe. Ou sequer, pode estar guardado naquelas palavras escitas n’um caderno particular.
 O que somos não tem nome, como dizia o Saramago. O que somos é um mistério para nós mesmos.